AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GENOTÓXICA E/OU ANTIGENOTÓXICA DO EXTRATO AQUOSO DO FRUTO DE Momordica charantia Linn (CUCURBITACEAE)
Resumo
A medicina popular preconiza a utilização do Melão de São Caetano (Momordica charantia Linn (Cucurbitaceae) para tratar a hanseníase, psoríase e reumatismo. Em estudo químico desta planta, foram isolados do caule, triterpenóides multiflorano e dois triterpenóides cucurbitano os quais apresentaram atividade antioxidante. Diante da ampla utilização desta planta para o tratamento de diversas doenças, bem como a falta de informações sobre o seu potencial mutagênico, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a atividade genotóxica e ou antigenotóxica de extratos aquosos obtidos do fruto de M. charantia L. por meio do teste da mancha da asa de Drosophila melanogaster (SMART- Somatic Mutation And Recombination Test). Para tanto, foram utilizadas larvas de terceiro estádio de desenvolvimento obtidas dos cruzamentos padrão (ST) e de alta bioativação (HB), tratadas seguindo dois protocolos (genotoxicidade e antigenotoxicidade). No protocolo de genotoxicidade, o extrato aquoso do fruto de M. charantia L. foi avaliado nas concentrações (2,5; 5,0; 10,0 e 20,0 mg/mL). A atividade antigenotóxica do extrato foi avaliada com as concentrações que não exerceram atividade genotóxicas (2,5; 5,0; 10 mg/mL) associados com cloridrato de doxorrubicina (DXR). Os resultados demonstraram que o extrato aquoso dos frutos da M. charantia L. apresenta atividade genotóxica na maior concentração (20,0 mg/mL), pois as frequências de manchas mutantes diferem estatisticamente das observadas no controle negativo. Os extratos quando associados ao agente químico DXR, apresentaram resultados antagônicos, no cruzamento ST a concentração intermediaria (5,0 mg/mL) potencializou a genotoxicidade da DXR. Entretanto, no cruzamento HB, após a metabolização exerceu atividade antigenotóxica.