CARACTERIZAÇÃO CROMOSSÔMICA DE Vitalius longisternalis Bertani, 2001 (ARANEAE, MYGALOMORPHAE)

Resumo

Dentro da ordem Araneae, a infra-ordem Mygalomorphae inclui aranhas com quelíceras em posição paraxial, nesta infra-ordem estão incluídas as populares caranguejeiras, cuja família mais numerosa é Theraphosidae. Objetivou-se estabelecer hipóteses acerca da evolução cromossômica da espécie Vitalius longisternalis Bertani, 2001 (Theraphosidae), principalmente no que diz respeito a evolução do sistema cromossômico sexual. Treze exemplares da espécie, sendo três machos e dez fêmeas, foram coletados as margens da Lagoa Xambrê (23°52'48.64"S/54°0'12.25"O) no Parque Nacional de Ilha Grande, Altônia/PR. As preparações cromossômicas foram obtidas a partir de gônadas submetidas a tratamento com colchicina, hipotonização, fixação e coloração com Giemsa, as células em divisão foram fotografadas em fotomicroscópio com objetiva de 100x de imersão. As metáfases analisadas apresentaram variações quanto ao número de cromossomos, o complemento diplóide que apareceu com maior frequência foi 2n♂=46, no entanto, duas células mostraram 2n♂=48, sendo observados cromossomos metacêntricos, submetacêntricos, subtelocêntricos e acro/telocêntricos. Em fêmeas obteve-se apenas duas metáfases, uma com 2♀n=39 e outra com 2♀n=50. Diplótenos com melhor espalhamento e morfologia dos cromossomos apresentaram n♂=23 e n♂=24 elementos, esses bivalentes autossômicos mostraram quiasma terminal e intersticial. Esse número de cromossomos observado na espécie V. longisternalis é semelhante ao encontrado em outras espécies do gênero e está dentro dos limites de números diplóides constatados para a família Theraphosidae, porém a morfologia mostrou-se discordante, outras três espécies do gênero apresentaram cromossomos exclusivamente telo/subtelocêntricos. Essas diferenças morfológicas podem ser devido a divergências nos critérios de classificação dos cromossomos e/ou ao fato de terem ocorrido rearranjos do tipo inversão pericêntrica.