“Os contos de fadas e a Intertextualidade: conceitos e interpretações na leitura/literatura contemporânea”.

Resumo

Esta comunicação oral apresenta um estudo bibliográfico comparativo em que foram analisadas duas obras principais: “Capuchinho Vermelho”, de Perrault (1695) e “A sereiazinha”, do autor Hans Cristian Andersen (1996), e suas variações, como: “Chapeuzinho Vermelho”, dos irmãos Grimm (1812); “Chapeuzinho Esfarrapado”, de Ethel Johnston Phelps (2016); Loba, de Roberta Malta (2023); Chapeuzinhos coloridos”, de José Alberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta (2010); “Chapeuzinho amarelo”, de Chico Buarque (2011); “Fita verde no cabelo”, de João Guimarães Rosa (1992) e “A pequena sereia & o reino das ilusões”, de Louise O’ Neill (2019). Buscou-se observar a presença da intertextualidade nesses textos, citando as principais diferenças e semelhanças entre as primeiras e suas releituras, fazendo relações e interpretações no âmbito da literatura contemporânea. Foram observados nessas histórias traços referentes da época em que foram escritas, como a linguagem utilizada, o público-alvo, as críticas sociais, os conceitos e as interpretações que diferem e enriquecem as obras que se basearam nos contos originais. Os resultados apontam que as narrativas, em sua maioria, continuaram com o enredo base das originais, modificando em vários momentos os nomes das personagens e o norte que cada uma seguiu ao longo de cada relato. Em algumas obras, percebeu-se uma discrepância significativa da originária, foi possível observar que se trata de intertextualidade pela presença de elementos semânticos e/ou formais que pertencem a outros escritos, os quais são utilizados em novos textos. Também foi apontada a importância dos contos de fadas para as crianças – conforme Bruno Bettelheim assinala em sua teoria sobre a importância da leitura dos contos de fadas. O autor detalha como essa literatura auxilia as crianças a lidarem com problemas externos de forma consciente. A criança analisa as histórias pelas ações das personagens. Ainda para o estudioso, essa leitura deve iniciar-se na Educação Infantil até a fase adulta. As obras atuais analisadas trataram de temáticas que são fontes de discussões em nossa sociedade atualmente, como o feminismo, as notícias falsas propagadas na sociedade contemporânea, trazendo uma linguagem mais dinâmica, com uso de expressões populares. As crianças e os adolescentes conseguem relacionar a obra com mais facilidade à realidade, realizando uma leitura crítica dos textos.