MONITORIA ACADÊMICA: EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Resumo

A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul garante o acesso ao ensino superior da pessoa com deficiência ou transtornos globais do desenvolvimento com reserva 5% das vagas de cada curso, ofertadas nos processos de ingresso, e trabalha em prol da permanência, participação, aprendizagem e progressão desses estudantes ofertando apoios e serviços especializados. Nesse cenário de construção da educação superior inclusiva apresentamos a experiência no Programa Institucional de Monitoria – PIM, realizada pela estudante graduanda em Pedagogia. O primeiro objetivo dessa monitoria é acolher, apoiar e motivar os estudantes matriculados na Disciplina Cotidiano da Educação Infantil do Curso de Pedagogia, dentre os quais há uma estudante com Transtorno do Espectro Autista – TEA e uma com Deficiência Intelectual – DI e Deficiência Auditiva – DA, identificadas neste trabalho como A1 e A2. O segundo objetivo é implementar a formação profissional do monitor, com estudos teóricos, metodológicos e acompanhamento das ações docente. Para efetivação do projeto de monitoria, foram realizadas reuniões com a orientadora/professora para entender a organização da disciplina, conhecer o perfil dos estudantes, planejar as atividades formativas da monitora e suas ações com os acadêmicos. Para instrumentalização da monitora como apoio educacional e romper barreiras atitudinais, foram eleitos para estudo alguns textos sobre Educação Especial e Educação Inclusiva, palestras sobre os direitos e adaptações necessárias para atender às especificidades educacionais das Pessoas com Deficiência matriculadas nos cursos da universidade promovidas pela Pró-Reitoria de Ações Afirmativas Equidade e Permanência Estudantil – PROAFE. O atendimento da estudante A2, foi desenvolvido no contra turno as seguintes estratégias que incluíram a leitura em parceria, a utilização de linguagem objetiva e recursos visuais, tais como palavras-chaves, esquemas, explicações com brinquedos e outros materiais concretos. Essas estratégias permitiram que a estudante entendesse melhor o conteúdo da disciplina, facilitando a compreensão e a significação das informações. A utilização destes recursos foi fundamentais para superar barreiras de comunicação e ampliar as possibilidades de aprendizagens significativas. Aliado a isso, estão as trocas de informações da monitora com a Professora de Apoio Educacional Especializado- AEE, o auxílio à professora da disciplina, na escolha de vídeos a serem indicados às estudantes A1 e A2 como material de estudo complementar. O apoio incluiu também a orientação no uso da plataforma Moodle/AVA, mediação de interações sociais, incentivo ao estudo e participação em atividades em grupo. Os resultados deste acompanhamento foram significativos para a Estudante A2 que se sentiu amparada, acolhida e teve êxito no desenvolvimento das atividades da disciplina, para a estudante monitora que vivenciou à docência em encontros sistemáticos. Este trabalho destaca a importância das práticas de ensino inclusivas no ensino superior, enfatizando que a educação deve se adaptar à diversidade dos estudantes e não ao contrário. Além disso, a experiência ressaltou a importância da formação contínua dos educadores, do trabalho em parceria de professores de disciplina, professores de AEE e monitores e outras ações coordenadas que tornem a universidade mais acolhedora.