RELATO DE EXPERIÊNCIA NO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA EM BIOLOGIA: BUSCA ATIVA DE ALUNOS EM UMA ESCOLA ESTADUAL
Palavras-chave:
Ensino remoto, Evasão escolar, Pandemia da Covid-19Resumo
O objetivo deste estudo é analisar a estratégia de Busca Ativa Escolar (BAE) realizada nas atividades do Programa Residência Pedagógica (PRP) em uma escola estadual de Mundo Novo/MS. Ressalta-se que as escolas estaduais, por meio da Secretaria Estadual de Educação (SED/MS), recorreram a BAE em função das medidas para o combate da COVID-19. O distanciamento escolar inibiu o acesso dos alunos à escola e, consequentemente, foi considerado desafio para os sistemas públicos de ensino. A BAE pode ser entendida como uma metodologia que auxilia na busca de estudantes fora da escola ou que correm o risco de abandono escolar. Trata-se de um conceito criado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e pela União dos dirigentes Municipais de Educação e se traduz em soluções elaboradas pelas organizações internacionais, nacionais e instituições privadas embasadas em pesquisas que não contemplam o contexto nacional e as pesquisas produzidas pelas universidades públicas brasileiras e, tampouco, foram consultadas as entidades e associações científicas nacionais. Entre as atividades realizadas no PRP, subprojeto Biologia, foi a busca ativa pelos alunos que não se encontravam participando das atividades propostas pela professora preceptora. De acordo com as orientações da secretaria a busca ativa teve como proposta fazer uma aproximação entre instituição escolar e alunos, além de se caracterizar, segundo a SED/MS, como uma estratégia para assegurar que toda a criança e adolescente sejam incluídos na escola, o que se deve a possibilidade de identificação dos motivos que levam a evasão escolar. Sem, contudo, considerar as condições sociais, econômicas e tecnológicas das famílias. Após o decreto do Governador, para alunos com cinco dias de faltas escolares, escola deve entrar em contato com a família; após quinze dias deve-se acionar o Conselho Tutelar do Município e, em seguida, o Ministério Público, para que fossem tomadas as providências, possibilitando, segundo a SED/MS a diminuição de abandono escolar/evasão escolar. A residente trabalhou com a turma do 1º ano “A”, contabilizando 7 alunos com mais de 5 faltas escolares, porém deste total somente 4 contavam com cadastro atualizado, foi enviado mensagem de texto por meio do aplicativo WhatsApp. No entanto, não houve feedback dos alunos e/ou responsáveis, para que ocorresse o retorno dos estudantes à escola. A acadêmica sugeriu para a preceptora, a elaboração de um espaço contendo as atualizações de contato em anexo as Atividades Pedagógicas Complementares, enviadas todos os meses para os alunos durante a pandemia, porém, o pedido foi negado, pois as aulas iriam retornar presencialmente. No início do 3º Bimestre contabilizavam-se 44 alunos matriculados, onde 30 alunos frequentavam as aulas normalmente, 10 foram transferidos e 4 evadidos. As atividades do PRP proporcionaram acompanhar as medidas da SED/MS diante da pandemia com a BAE. Tal estratégia evidenciou que as disputas pela política educacional foram intensas no contexto pandêmico e levou a SED/MS adotar políticas orientadas pelas organizações privadas. Essas experiências propiciaram conhecimentos das disputas que o setor educacional enfrenta e enaltece a necessidade de defesa da escola pública com sentido público.
Referências
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