As Implicações da concepção de mundo cristã na sociedade medieval

Autores

  • Lucas dos Santos Melo UEMS
  • Sinomar Ferreira do Rio UEMS

Palavras-chave:

cristianismo, medieval, conhecimento

Resumo

Este trabalho é fruto das atividades desenvolvidas no primeiro semestre de 2022 no Programa de Monitoria na disciplina de Filosofia Medieval do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - Paranaíba/MS. A questão que norteia esse trabalho é: como a sociedade medieval se organizou a partir da concepção cristã do mundo. O objetivo é destacar quais foram os principais impactos dessa concepção social na construção do conhecimento. Para desenvolver esse objetivo, recorreremos aos trabalhos de Giovanni Reale e Dario Antiseri, em destaque a obra intitulada de “História da filosofia: Antiguidade e Idade Média” (1990). Em suas considerações, encontramos uma mudança de paradigma acerca do conhecimento quando comparado ao do pensamento pagão. Para a filosofia pagã, a principal virtude era o conhecimento orientado pela razão, essa era a principal realização que um homem poderia alcançar. Em um sentido contrário, na concepção de mundo cristã, a fé é vivida como primazia, sendo ela baliza e medida de todo conhecimento que a razão pode atingir. Nesse novo paradigma, a sabedoria vem pela graça divina, dada pela revelação sendo a Sagrada Escritura a fonte última da verdade, os conhecimentos adquiridos deveriam confirmar a verdade revelada pelo criador. Enquanto a antiga concepção grega dividia o homem em duas dimensões, corpo e alma (razão), a cristã compreendia o homem em três, corpo, alma e espírito (fé). Essa última é concebida como meio pelo qual Deus se revelava e era conhecido. Os preceitos cristãos operaram uma revolução nos valores da história humana, destacando uma valorização da humildade como princípio norteador das ações e consciência da sociedade medieval. Outra mudança diz respeito à imortalidade, enquanto a tradição grega acreditava na imortalidade apenas da alma, os cristão concebiam uma ressurreição dos mortos, ou seja, um retorno da alma e do corpo à vida. Os gregos compreendiam o corpo como um obstáculo para vida contemplativa, condição para felicidade mesma. Junto a essas mudanças, o modo que o tempo passou a ser entendido com o advento do cristianismo foi alterado. Enquanto os gregos tinham uma visão cíclica do tempo, ou seja, uma história em que não há progresso, os cristão tinham uma visão histórica retilínea, ou seja, com início (a criação e a queda), meio (a espera pelo Messias) e fim (a vinda de Cristo e o juízo final). Essa compreensão da história fornece respostas a questões ontológicas como: de onde viemos, qual o sentido da vida e qual a nossa finalidade. Os valores cristãos operaram grandes transformações na maneira de se conceber o conhecimento, pois esse deveria confirmar as revelações divinas. Além disso, possibilitou uma estratificação social que privilegia, dentre outros grupos sociais, o clero, vale destacar que o clero era um dos maiores detentores de terras (e na sociedade medieval a terra era a maior riqueza), todo esse enredo propiciava a igreja católica uma grande influência política.

Referências

Sem referências

Downloads

Publicado

2023-04-04

Como Citar

Melo, L. dos S., & Rio, S. F. do. (2023). As Implicações da concepção de mundo cristã na sociedade medieval. ANAIS DO EGRAD, (11). Recuperado de https://anaisonline.uems.br/index.php/egrad/article/view/8795

Edição

Seção

CIÊNCIAS HUMANAS