CONTRIBUIÇÕES DOS GÊNEROS ARTÍSTICOS LOCAIS E REGIONAIS PARA A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS, EM TEMPOS DE PANDEMIA DO COVID-19
Palavras-chave:
Alfabetização, Cultura local, Ensino Fundamental de 1° a 4° anoResumo
A alfabetização integral da população brasileira é uma meta sociopolítica presente nas políticas públicas e leis — inicialmente, em 1925, com o Departamento Nacional de Educação e hoje com o Ministério da Educação — há quase um século, embora a alfabetização e seus métodos sejam debatidos desde o Iluminismo pelos teóricos da área — como o holandês Comenius e o francês Condorcet — ainda não erradicamos os índices do analfabetismo no Brasil e, com a situação pandêmica do Covid-19, este quadro se torna ainda mais complexo uma vez que transferido o ensino-aprendizagem para o ambiente virtual, poucos estudantes conseguem acessá-lo e, sobretudo acompanhá-lo. Com efeito, este trabalho foi desenvolvido e fundamentado no pensar científico, e com a intenção de estar presente e compreender a ação pedagógica em colaboração com as crianças. Nessa perspectiva, esta comunicação visa apresentar os resultados de um Projeto de Iniciação à Docência, vinculado ao Curso de Pedagogia da UEMS, desenvolvido, por meio de plataformas digitais — Facebook, WhatsApp — e suportes impressos, em uma instituição escolar pública de Campo Grande, abordando o processo de alfabetização de crianças do 2º ano do Ensino Fundamental a partir de gêneros textuais em uma inter-relação com a literatura, o teatro, a gastronomia e as artes plásticas produzidas em Mato Grosso do Sul. Na proposta utilizamos os gêneros artísticos — a pintura, a gastronomia, o teatro e a poesia — para conectar o trabalho cognitivo das mãos, ao cérebro acionando o tato com texturas, os olhos com imagens, e os ouvidos com os sons — de palavra e melodias curadas — iniciando, assim, a sensibilização corpórea das crianças voltada para a leitura e a escrita, que constitui o processo de alfabetização, com vistas ao processo de escolarização, além de garantir à criança segurança para navegar na sociedade letrada e exercer sua cidadania com dignidade. Deste modo, partimos da linguagem não-verbal para a verbal, descortinando a cultura local por meio de materiais pedagógicos autorais, ao considerar que a compreensão dos sentidos e os significados se sobrepõem à decodificação mecânica dos signos da língua escrita. Para tanto, como mencionado anteriormente, usamos atividades impressas contendo textos verbais e não-verbais anexadas ao Caderno de Atividades da escola; criamos, também, videoaulas casadas a estas atividades, ou seja, planejamos as atividades de maneira que fosse possível serem respondidas pelos estudantes mesmo sem acesso à internet. Deste modo, os resultados evidenciam o acompanhamento da aprendizagem dos(as) estudantes e seus desenvolvimentos pontuais na escrita de letras e números. Além disso, é possível afirmar que a atuação na escola a partir da experiência no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência, com o apoio de seus agentes, contribuiu com a formação acadêmica e profissional dos discentes e dos estudantes por materializar o processo de ensino e aprendizagem nas plataformas digitais durante a pandemia
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