BEM-ESTAR DE MATRIZES SUÍNAS NO CDPZ-SUINOCULTURA-UEMS

Autores

  • Taynara da Silva Almeida
  • Tânia Mara Baptista Santos

Resumo

Nas últimas décadas nota-se uma redução na disposição de algumas sociedades na aceitação de
produtos de origem animal à custa de sofrimento, tornando-se imprescindível o uso de diagnósticos
de certificações que incluam intensidade e duração do impacto negativo sobre o bem-estar dos
animais, e que busquem mensurar as condições de sobrevivência dos indivíduos. Objetivou-se a
avaliação e a identificação dos pontos críticos em bem-estar na criação de matrizes suínas no Centro
Demonstrativo de Práticas Zootécnicas - CDPZ de Suinocultura da UEMS, Unidade Universitária
de Aquidauana. A avaliação foi realizada com a verificação das instalações do CDPZ Suinocultura
e das matrizes suínas, seguindo os padrões da Welfare Quality (2009) e Humane Farm Animal Care
(HFAC, 2013), baseando-se em: a) indicadores nutricionais: identificação da ocorrência de fome,
sede e subnutrição; b) indicadores de conforto: identificação se o animal está livre de desconforto
físico e térmico; c) indicadores sanitários: identificação de dor, doenças ou injúrias; d) indicadores
comportamentais: identificação da possibilidade de execução do comportamento natural, ou
identificação de comportamentos estereotipados. Foram atribuídos os escores de bem-estar (BEA):
Muito alto (9-10); Alto (7-8); Regular (5-6); Baixo (3-4) e Muito Baixo (1-2), para cada
componente avaliado. Observou-se o escore de BEA “Regular” para os indicadores nutricionais
(6,3) e sanitários (6,5); “Baixo” para indicadores de conforto (4,7); e “Alto” para comportamentais
(8,1). Os entraves dos indicadores nutricionais foram devidos às condições físicas dos bebedouros
(mal funcionamento dos bicos e falhas na vasão) e comedouros (de concreto com tamanho e
formato que dificultam o consumo de ração pelas matrizes, havendo competição pelo alimento).
Portanto, há necessidade de se instalar bebedouros e comedouros adequados para proporcionar
conformidade ao indicador. Ao avaliar os indicadores sanitários, propõe-se a implantação de um
Plano de Saúde dos Animais (PSA) por escrito, regularmente atualizado para viabilizar a inspeção
de patologias, auxiliando as consultas periódicas nas matrizes rotineiramente realizadas pelo
Responsável Técnico. Os indicadores de conforto apresentaram baixo escore de BEA em reflexo da
carência de recursos que amparem com mais eficiência o conforto térmico das matrizes. Além de
ventiladores, seria indicado o uso de aspersores nos períodos de elevada temperatura. Os
indicadores comportamentais resultaram em alto escore de BEA, já que dos nove itens avaliados
apenas dois apresentaram baixa pontuação, sendo a observação de “estereotipias”, como falsa
mastigação, em decorrência da inexistência de elementos estimulantes, que possam contribuir no
desenvolvimento de atividades exploratórias consequente à falta de “enriquecimento ambiental”. O
grau de BEA geral das matrizes suínas do CDPZ Suinocultura é “Regular”. Ressalta-se a
importância de se adequar os comedouros e bebedouros; o Plano de Saúde dos Animais (PSA);
instalação de ventiladores e aspersores específicos à categoria, bem como proporcionar o
enriquecimento ambiental nas baias.

Publicado

2019-11-01

Como Citar

Almeida, T. da S., & Santos, T. M. B. (2019). BEM-ESTAR DE MATRIZES SUÍNAS NO CDPZ-SUINOCULTURA-UEMS. ANAIS DO EGRAD, 5(8). Recuperado de https://anaisonline.uems.br/index.php/egrad/article/view/5925

Edição

Seção

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE