A UEMS NA ROTA DA PRECARIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE E SEUS IMPACTOS PARA O ENSINO DE QUALIDADE

Autores

  • Jean Paulo Pereira de Menezes

Resumo

A partir da pesquisa de doutoramento em Ciências Sociais, procuramos estudar a naturalização de conceitos que não são naturais. Para isso procuramos analisar a crítica da economia política desenvolvida por Karl Marx em 1859 e verificamos através da pesquisa bibliográfica que os fundamentos históricos da sociedade capitalista em crise constante continuam sento atuais para entendermos todo o processo de precarização do trabalho também nos séculos XX e XXI. De acordo com a crítica marxiana, o capital em seus momentos de crises agudas, deve sempre, aplicar planos de austeridades ao capital variável (no sentido de classe trabalhadora que vende força de trabalho) para a realização da retomada da taxa de lucros. Trata-se de uma medida clássica para combater a lei tendencial de queda da taxa de lucros. Em nosso tempo presente, considerando que o Estado nunca foi imparcial e que o mesmo é advindo dos interesses de uma classe que o criou, temos como objetivo demonstrar que os ataques aos trabalhadores em momentos de crises continua sendo uma realidade também em nossos tempos. Especificamente, é o que acontece com outros setores de trabalhadores precarizados, a saber, o trabalho predominantemente intelectual do professor. O fim de direitos trabalhistas, o desrespeito aos direitos existentes, como não pagamento de salários, contratos de trabalho precários, desemprego do professor contratado em todos os finais de anos, atrasos no pagamento dos meses trabalhados, todos estes fatores demonstram o nítido ataque ao trabalho do professor precarizado e simultaneamente o ataque ao ensino de qualidade em nossas universidades. A tese aqui é que todo este quadro já configura há anos a realidade da UEMS no que se refere ao trabalho do professor e ao ensino. Se por um lado a UEMS prova de uma internacionalização de perspectivas positivas, seria bócio, ignorar a realidade de trabalho de grande parte de seus docentes em relação ao ensino, pesquisa e extensão. A realidade de trabalho dos professores contratados é absurdamente de precarização. Os resultados deste cenário é um forte obstáculo para a realização de ensino de qualidade. Como pode ensinar com qualidade se o docente não recebe o salário relativo ao mês trabalhado? Como pode desenvolver pesquisas e projetos de extensão se (no caso da UEMS) todo final de ano este professor é colocado na rua desempregado? Temos aqui uma situação de brutal precariazação do trabalho docente que atinge diretamente todo quadro de alunos da UEMS. É preciso debater o ensino diante desta realidade histórica de constante precarização do trabalho do professor. As conclusões preliminares que chegamos é a de que ignorar esta realidade (como se todo este processo de precarização fosse natural) é também decretar o sucateamento da universidade pública e todo o processo de privatização do público em benefício do privado.

Publicado

2019-11-01

Como Citar

Menezes, J. P. P. de. (2019). A UEMS NA ROTA DA PRECARIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE E SEUS IMPACTOS PARA O ENSINO DE QUALIDADE. ANAIS DO EGRAD, 5(8). Recuperado de https://anaisonline.uems.br/index.php/egrad/article/view/5922

Edição

Seção

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS