APERFEIÇOAMENTO TECNOLÓGICO DA SEMEADURA DIRETA DE ESPÉCIES NATIVAS PARA A RESTAURAÇÃO FLORESTAL

Autores

  • Felipe Brancalion Giacomelli
  • Glaucia Almeida de Morais

Resumo

A técnica de semeadura direta apresenta-se como alternativa promissora para plantios de espécies florestais nativas em áreas degradadas, requerendo mais estudos para favorecer o uso em projetos de restauração ecológica pela melhoria da plantabilidade e custo-benefício. A partir de um “mix” de 10 espécies de árvores nativas, objetivou-se avaliar o potencial germinativo e o efeito da densidade e da cobertura das sementes na emergência de plântulas de Pterogyne nitens; Anadenanthera peregrina; Peltophorum dubium; Albizia niopoides; Apuleia leiocarpa; Sparattosperma leucanthum; Tabernaemontana histrix; Mabea fistulifera; Guazuma ulmifolia; Colubrina glandulosa. O estudo foi conduzido na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, em Ivinhema. As sementes foram coletadas de 6 a 12 matrizes e submetidas a testes germinativos em câmara de germinação à 25°C e iluminação constante e em sementeira de areia. Os dados diários de germinação e emergência foram utilizados para os cálculos de: porcentagem final; índice de velocidade e tempo médio. Em campo, foram avaliadas três diferentes densidades de semeadura (D1=3, D2=6 e D3=12 sementes) em 2,5m lineares combinadas com três condições de cobertura das sementes (C1=2cm de solo, C2=2cm de palha e C3=2cm de solo + palha), sendo o controle (C) representado pelas sementes dispostas sem cobertura (SC), totalizando 9 tratamentos e 3 controles. O experimento foi realizado em três repetições. Os dados de emergência foram coletados diariamente por 30 dias após a primeira emergência e utilizados para os mesmos cálculos mencionados para germinação. Os dados foram submetidos à análise de variância (Anova) a 5% de probabilidade e, havendo efeito significativo, as médias foram submetidas ao teste de Tukey. O potencial germinativo das espécies em sementeira, câmara de germinação e campo, foram, respectivamente: P. nitens - 88%, 77% e 24,3%; A. peregrina - 86%, 88,8% e 33,1%; P. dubium – 54%, 92% e 34,0%; A. noipoides – 89%, 93% e 16,4%; A. leiocarpa – 63%, 94% e 19,8%; S. leucanthum – 22%, 56% e 0%; T. hystrix – 92%, 94% e 0%; M. fistulifera – 65%, 57% e 1,6%; G. ulmifolia – 90%, 95% e 26,4%; C. glandulosa – 9%, 3% e 0%. Anadenanthera peregrina apresentou maior velocidade e menor tempo médio de germinação e emergência nas condições avaliadas, enquanto que, M. fistulifera e S. leucanthum apresentaram menor velocidade e maior tempo médio em laboratório. Em campo, S. leucanthum, T. hystrix e C. glandulosa não germinaram em nenhuma das condições avaliadas, e a menor velocidade média de emergência foi observada em M. fistulifera, com tempo médio superior a 22 dias. A densidade não influenciou significativamente na emergência, mas a cobertura com solo e solo + palha superou as demais condições de cobertura das sementes, proporcionando maior taxa de emergência, mostrando ser esse procedimento eficaz para aplicação da técnica da semeadura direta na restauração florestal.

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Publicado

2018-04-13

Como Citar

Giacomelli, F. B., & Morais, G. A. de. (2018). APERFEIÇOAMENTO TECNOLÓGICO DA SEMEADURA DIRETA DE ESPÉCIES NATIVAS PARA A RESTAURAÇÃO FLORESTAL. ANAIS DO EGRAD, 4(7). Recuperado de https://anaisonline.uems.br/index.php/egrad/article/view/4672

Edição

Seção

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

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