Marcas linguísticas frequentes na sala de aula
Palavras-chave:
linguagem, diversidade, marcas linguísticas.Resumo
Este resumo apresenta fatores da sociolinguística que mostram as diversificações em uma comunidade de falantes usando como exemplo uma sala de aula comum onde é possível observar a variedade linguística, em seus aspectos da oralidade regional e dialetal. Os objetivos são fragmentar os acontecimentos cotidianos na sala de aula ao que se referem as variantes dos falantes envolvidos e exaltar o pluralismo linguístico em suas diversas perspectivas. Os escritos de Bortoni-Ricardo fazem uma análise desse estudo proposto em sala de aula e pontua, favoravelmente, suas considerações sobre as variedades linguísticas que discorrem este estudo. No espaço físico da sala de aula a variedade da língua falada em que cada aluno e professor exerce dentro da sua própria comunidade social e familiar que este tem sobre as referências que caracterizam e distinguem pelas marcas linguísticas, sendo uma entre outras, segundo Calvet 2002, a identidade social do falante. Alunos tendem a admirar como modelo de linguagem o professor que parece ter mais prestígio e que apresenta a norma padrão mais elevada, por assim parecer que este fala da maneira correta. Por isso, Bortoni-Ricardo (2004) conclui que os professores exercem um papel social rigoroso, mas ao mesmo tempo de afetividade com o aluno. Outra diversidade encontrada em contato com pessoas de regiões distintas que acaba influenciando e às vezes, criando uma nova maneira de se falar ou acrescentando outras palavras ao vocabulário desse aluno. Pois não existe uma língua homogênea e até mesmo a mídia pode influenciar na fala e na motivação de estar atento ao modismo atual. Com o passar dos anos o fator histórico também registra que o aspecto econômico é um sinal linguístico, pois famílias que tiveram mais acesso ao estudo, tendem a falar de maneira diferenciada de uma família tradicional da zona rural, assim, na escola, crianças dessas famílias observam que de maneira espontânea, refletem o que aprenderam em casa. Pode -se trazer dúvidas para ambos quanto a maneira correta de pronunciar ou de apresentar algumas palavras, nisso Calvet (2002) registra que as pessoas podem ser julgadas pela maneira de falar. Outra marca é a idade apresentada pelos falantes. É comum na sala de aula ter grupos de alunos que buscam uma maneira peculiar em se comunicar, criam gírias, gestos e expressões para fazerem parte e se firmar como integrante. Espera-se que este resumo venha mostrar o quanto é rico o que cada indivíduo contribui em seu cotidiano no modo de falar, não é uma questão de ser mais importante, mais prestigioso, é uma questão de identidade, de formação a tudo o que se viveu e as influências das pessoas que conheceram, lugares que passearam e momentos que foram compartilhados.
Referências
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