Marcas linguísticas frequentes na sala de aula

Autores

  • Wanessa Rodovalho Melo Oliveira Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
  • Antonio Carlos Santana de Souza Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

Palavras-chave:

linguagem, diversidade, marcas linguísticas.

Resumo

Este resumo apresenta fatores da sociolinguística que mostram as diversificações em uma comunidade de falantes usando como exemplo uma sala de aula comum onde é possível observar a variedade linguística, em seus aspectos da oralidade regional e dialetal. Os objetivos são fragmentar os acontecimentos cotidianos na sala de aula ao que se referem as variantes dos falantes envolvidos e exaltar o pluralismo linguístico em suas diversas perspectivas. Os escritos de Bortoni-Ricardo fazem uma análise desse estudo proposto em sala de aula e pontua, favoravelmente, suas considerações sobre as variedades linguísticas que discorrem este estudo. No espaço físico da sala de aula a variedade da língua falada em que cada aluno e professor exerce dentro da sua própria comunidade social e familiar que este tem sobre as referências que caracterizam e distinguem pelas marcas linguísticas, sendo uma entre outras, segundo Calvet 2002, a identidade social do falante. Alunos tendem a admirar como modelo de linguagem o professor que parece ter mais prestígio e que apresenta a norma padrão mais elevada, por assim parecer que este fala da maneira correta. Por isso, Bortoni-Ricardo (2004) conclui que os professores exercem um papel social rigoroso, mas ao mesmo tempo de afetividade com o aluno. Outra diversidade encontrada em contato com pessoas de regiões distintas que acaba influenciando e às vezes, criando uma nova maneira de se falar ou acrescentando outras palavras ao vocabulário desse aluno. Pois não existe uma língua homogênea e até mesmo a mídia pode influenciar na fala e na motivação de estar atento ao modismo atual. Com o passar dos anos o fator histórico também registra que o aspecto econômico é um sinal linguístico, pois famílias que tiveram mais acesso ao estudo, tendem a falar de maneira diferenciada de uma família tradicional da zona rural, assim, na escola, crianças dessas famílias observam que de maneira espontânea, refletem o que aprenderam em casa. Pode -se trazer dúvidas para ambos quanto a maneira correta de pronunciar ou de apresentar algumas palavras, nisso Calvet (2002) registra que as pessoas podem ser julgadas pela maneira de falar. Outra marca é a idade apresentada pelos falantes. É comum na sala de aula ter grupos de alunos que buscam uma maneira peculiar em se comunicar, criam gírias, gestos e expressões para fazerem parte e se firmar como integrante. Espera-se que este resumo venha mostrar o quanto é rico o que cada indivíduo contribui em seu cotidiano no modo de falar, não é uma questão de ser mais importante, mais prestigioso, é uma questão de identidade, de formação a tudo o que se viveu e as influências das pessoas que conheceram, lugares que passearam e momentos que foram compartilhados.

Biografia do Autor

Wanessa Rodovalho Melo Oliveira, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

Mestranda em Letras na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

Antonio Carlos Santana de Souza, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

Doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor Adjunto da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. E-mail: acsantan@uems.br

Referências

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Publicado

2020-05-12

Como Citar

Oliveira, W. R. M., & de Souza, A. C. S. (2020). Marcas linguísticas frequentes na sala de aula. ANAIS DO CONGRESSO DE PESQUISAS EM LINGUÍSTICA E LITERATURA, 1(1), 210–217. Recuperado de https://anaisonline.uems.br/index.php/CPLL/article/view/6957