As personagens femininas e a marginalidade na dramaturgia regional da obra Foi no belo Sul Mato Grosso
Palavras-chave:
Personagem, Feminino, Dramaturgia, Marginalidade.Resumo
O estudo analítico que apresentamos neste artigo é parte de uma pesquisa que está em andamento, em fase de conclusão, sobre “As personagens femininas e a marginalidade na dramaturgia regional da obra Foi no belo Sul Mato Grosso”, desenvolvida como parte dos pressupostos teóricos do segundo capítulo da Dissertação para o Mestrado Acadêmico em Letras da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). O objetivo deste trabalho é apresentar as diversas nuances das personagens femininas, por meio de uma aproximação progressiva; nessa etapa, após a o contraste entre personagens de ficção e personagem de obras teatrais, alicerçado em fundamentação teórica proposta por Antonio Candido e outros, em seu estudo sobre “A personagem de ficção”, nosso foco é observar e analisar o comportamento das personagens femininas idealizadas pela dramaturga Cristina Mato Grosso, bem como compreender o contexto de inserção de cada uma delas num ambiente de marginalidade. O método utilizado para que possamos alcançar o objetivo proposto foi a revisão bibliográfica ancorada em estudos de André Luís Gomes e Laura Castro Araújo. O trabalho encontra-se em andamento, contudo os resultados parciais obtidos até o momento são muito expressivos e satisfatórios para o que se propõe como objeto de análise. Dentre outras constatações, observou-se que “as personagens femininas que figuram como protagonistas em nossa Dramaturgia Contemporânea são raras, se comparadas com protagonistas masculinos” (GOMES & ARAÚJO, 2008, p. 76). Ademais, constatamos que no texto teatral que serve de objeto para nossa pesquisa, as três mulheres protagonistas da obra são construídas à medida que sua ação dramática se evidencia no texto escrito, por meio das rubricas. Candido, Prado, Gomes e Rosenfeld corroboram isso ao afirmarem que “embora seja apresentado ao público em forma semelhante às condições reais, o diálogo é concebido de dentro das personagens, tornando-as transparentes em alto grau” (CANDIDO; GOMES; PRADO; ROSELFELD, 1968, p.22). Além disso, essas personagens encontram-se em situação de marginalidade, o que reitera suas atitudes perante as adversidades que lhes foram impostas.Referências
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Acessado em 13/09/2019, às 10h50min.
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