ARQUEOLOGIA DO SUJEITO IDOSO: REGULARIDADES DO DISCURSO

Autores

  • Celso Ricardo Ribeiro de Aguiar
  • Silvane Aparecida de Freitas UEMS

Palavras-chave:

Educação Permanente. Idoso. Arqueologia. Letramento.

Resumo

Dispostos a problematizar o conceito  de  educação  permanente  (GADOTTI,  1984) voltado  ao  público  idoso  em  duas  instituições  educacionais  na  cidade  de Fernandópolis-SP (EJA  –  Educação de Jovens e Adultos/ UNATI  –  Universidade Aberta da  Terceira  Idade),  optamos  pelo  arcabouço  teórico  da  Análise  do  Discurso  de  linha francesa  que  nos  oportunizou  agregar  à  pesquisa  a  perspectiva  foucaultiana  de descrição dos saberes. Segundo Veiga-Netto (2003), a arqueologia do saber se trata de uma análise histórica das condições de possibilidade dos saberes do contemporâneo; não  é  evolutiva,  retrospectiva  e,  sim,  epistêmica,  em  que  se  acentua  a descontinuidade, em detrimento do progresso. Nesta pesquisa, almejamos descrever os  discursos  das  propostas  pedagógicas  das  duas  instituições  citadas  em  busca  de regularidades  nos  discursos;  articular  as  práticas  discursivas  com  os  domínios  não discursivos  (condições  econômicas,  sociais,  políticas  e  culturais)  e  problematizar  as representações de cidadania e inclusão/exclusão educacional e social que contribuem para  o  processo  identificatório  do  sujeito  idoso  pós-moderno.  Estes  são  os pressupostos  de  uma  perspectiva  psicanalista  do  sujeito  constituído  na  e  pela linguagem, defendidos por Coracini (2007), a partir dos estudos de Lacan. Ao analisar os  recortes  discursivos  do  documento  “Caminhos  para  a  alfabetização  de  jovens  e adultos da EJA-Fernandópolis”, pudemos constatar que a pedagogia de Paulo Freire é determinante  no  documento  em  questão,  o  que  nos  remete  a  uma  formação ideológica  que  prega  a  emancipação  do  cidadão  pelo  letramento  e,  à  primeira  vista, contribui para uma formação discursiva cidadã que abrange todos os sujeitos adultos participantes  da  EJA,  idosos  ou  não-idosos.  Buscaremos  em  entrevistas semiestruturadas  perscrutar  este  ponto  de  análise  junto  aos  sujeitos  idosos.  No documento  da  UNATI  “Regimento  Interno  da  UNATI-Fernandópolis”,  a  repetição  de enunciados  busca  ratificar  o  caráter  promovedor  de  defesa  para  o  sujeito  idoso  na instituição UNATI diante da desigualdade social. Segundo Orlandi (2010), as formações discursivas são heterogêneas, configurando-se e reconfigurando-se  continuamente em suas relações e nos possibilitam levantar a hipótese de que as representações do idoso podem  tanto  legitimar  a  cidadania  como  homogeneização  do  sujeito  fundante, unívoco, ou alinhar-se como o direito de se dizer com suas especificidades (CORACINI, 2007) condizente com o sujeito pós-moderno, clivado em sua(s) identidade(s). 

Biografia do Autor

Celso Ricardo Ribeiro de Aguiar

Discente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Paranaíba. Tradutor Público e Intérprete Comercial-SP. Professor de Língua Estrangeira.

Silvane Aparecida de Freitas, UEMS

Doutora em Letras (UNESP/Assis, 2002), pós-doutorado em Linguística Aplicada (IEL/UNICAMP, 2010), professora adjunta da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

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Publicado

2016-07-23

Como Citar

Aguiar, C. R. R. de, & de Freitas, S. A. (2016). ARQUEOLOGIA DO SUJEITO IDOSO: REGULARIDADES DO DISCURSO. ANAIS DO SCIENCULT, 6(1), 137–152. Recuperado de https://anaisonline.uems.br/index.php/sciencult/article/view/3099